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Quando foi a última vez que você teve medo de tomar uma decisão?

Para mim, foi quando decidi sair recentemente de uma multinacional alemã, em meio a considerada mais profunda crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial.

Comecei a trabalhar para a Bosch no início de 2016 no Brasil. À época, participei de um programa de gerentes juniores para a América Latina e, ao final do processo de contratação, o RH percebeu que meu perfil era mais adequado para um projeto inovador do que para qualquer uma das posições tradicionais abertas, como vendas, compras e controle.

Então me foi oferecido, para a startup que havia sido recentemente criada, o cargo de Scrum Master, um framework do qual eu só tinha ouvido falar, mas com o qual nunca havia trabalhado. Aproveitei para aprender mais e aceitei o trabalho. No início, enquanto fazia o treinamento, tive que aprender fazendo, e foi ótimo! Adorei o ambiente de startups, tive colegas brilhantes e, pela primeira vez, aprendi o que equipes de alto desempenho realmente significavam (na prática).

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Imagem meramente ilustrativa (banco de imagens do site123.com – livre de royalty para membros)

Aprimorei meu conhecimento das Práticas Ágeis, que são abordagens iterativas e incrementais para gerenciamento de projetos e desenvolvimento de software que ajudam as equipes a entregar valor aos clientes, de maneira mais adaptável. No ano seguinte, eu mesmo estava treinando toda a equipe da startup, além dos colaboradores de outras divisões da Bosch América Latina. Buscando desafios maiores em minha carreira, em 2018 me candidatei a uma vaga de Agile Coach na Bosch Alemanha, e fui contratado para trabalhar no PMO (Project Management Office) da divisão global de direção autônoma/assistência à direção. Desde então, tive a missão de difundir o conhecimento dos métodos ágeis dentro da organização, principalmente através do SAFe (Scaled Agiled Framework).

O Grupo Bosch é um fornecedor líder global de tecnologia e serviços e emprega cerca de 400.000 associados em todo o mundo. No ano passado, a empresa foi eleita pela Forbes como uma das 10 melhores empregadoras do mundo, bem como uma das empresas globais mais conceituadas pelo estudo Global RepTrack, que tem medido o que impulsiona a reputação das maiores e mais conceituadas empresas do globo, conforme percebido pelo público em geral informado.

Ainda assim, por que decidi sair de uma empresa tão grande e para quem vale a pena trabalhar?

Bem, 2020 não foi um ano fácil para quase ninguém. No entanto, ajudou-nos a repensar nossos hábitos, comportamentos e, principalmente, nossas prioridades na vida. De acordo com a Global Learner Survey (Pearson), no ano passado 63% dos profissionais em todo o mundo (em média), repensaram suas carreiras em qualquer aspecto, devido à pandemia. Em resumo, também me tornei parte dessas estatísticas.

Há meses venho refletindo sobre o legado que quero deixar como minha contribuição para o mundo e estou convencido de que quero inspirar outras pessoas a desenvolver suas mentalidades de crescimento.

Isso não é apenas para fins profissionais, porém de forma mais holística, buscando maneiras de nos unirmos como seres humanos (ainda muito) melhores. Para construir um mundo melhor, juntos.

Para isso, criei um ambiente onde pudesse trocar minhas experiências, assim como as vindas de outras pessoas são também mais do que bem-vindas, em um site pessoal que dou as boas-vindas ao final deste artigo. Enquanto eu considerava meus próximos passos para mudar minha carreira, e isso envolvia deixar a Bosch,lembrei-me de uma citação de J.C. Chandor:

Quando parece assustador pular, é exatamente aí quando você deveria pular, caso contrário, você acabará ficando no mesmo lugar por toda a vida”.

Isso foi exatamente o que eu fiz! E melhor ainda: saí daquela grande empresa com o sentimento de missão cumprida, depois de ter treinado alguns ARTs (Agile Release Train, cuja sigla explicarei em outro artigo), formei vários Scrum Masters dentro e fora da Alemanha, e treinei gerentes de projeto, executivos e outros profissionais voltados para a transformação ágil. Sou grato por tudo que aprendi nos últimos cinco anos, enquanto contribuí para a Bosch, e por todas as pessoas talentosas que conheci durante minha jornada lá.

Evolução vem do esforço na adversidade.

E estou animado para compartilhar com vocês o que vem por aí! Fique ligadx em Growing People Great 😉

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